Porque posto este artigo? Por que considero a leitura uma ferramenta fundamental na Educação a Distância. E por que não considerar, juntamente, a escrita. Logo postarei sobre ela.
Por Gilberto André Borges
O ser humano é o único animal capaz de ter uma longevidade maior do que a natureza lhe proporciona. Isto está relacionado a nossa capacidade de produzir conhecimento. Além de ser uma fonte de poder, o conhecimento é também uma fonte de sobrevivência. A melhor maneira de estocar conhecimento ainda é através do livro, seja o tradicional livro de papel ou o livro eletrônico do futuro. Nenhum grande projeto humano teria sido possível sem o conhecimento. Hoje, bem como no passado, este conhecimento se distribui de maneira desequilibrada pelo planeta, havendo regiões onde ele se concentra e se desenvolve ao passo que em outras regiões ele é limitado pela precariedade ou pela ausência de meios físicos de estocagem (livros, bibliotecas), bem como de formas de torná-lo acessível a todos.
No Brasil poucas pessoas possuem o hábito de ler, bem como são poucas as escolas que proporcionam o acesso à leitura aos estudantes. Estas escolas não formam cidadãos plenos, apenas preparam pessoas para o exercício de alguma profissão, e é justamente aí que se encontra a chave da questão. Não é suficiente adestrar pessoas para o exercício de certas funções, mas sim necessário formar cidadãos plenos capazes não só de interagir com o mundo em que vivem, mas também de transformá-lo.
Uma contradição tipicamente brasileira é o fato de possuir um sistema educacional, sobretudo o de ensino básico, deficiente e ao mesmo tempo possuir um dos melhores sistemas de comunicação eletrônica do mundo. Como resultado desta contradição, temos uma população que recebe diariamente em sua casa e sem fazer esforço, uma informação dirigida e superficial. Alia-se a isto o fato desta população não possuir um senso crítico e analítico, e temos aqui um dos grandes problemas nacionais. Este senso crítico deveria ser formado na escola. A única maneira de se formar cidadãos livres é através do estoque de conhecimento, que se faz em nível do indivíduo pela leitura.
No âmbito universitário, é necessário que as universidades possuam bibliotecas atualizadas com o que existe de conhecimento no mundo e não se restrinjam ao que é publicado no mercado nacional, pois são as universidades do Terceiro Mundo as instituições capazes de promover o desenvolvimento tecnológico e conseqüentemente o desenvolvimento econômico destes países. Os níveis de produtividade da industria brasileira se encontram abaixo dos padrões mundiais pela falta de uma formação adequada de nossa mão-de-obra, resultado das nossas deficiências em educação básica. O operário precisa compreender que ao produzir uma peça, está fazendo parte de um sistema, de um conglomerado de pessoas que forma uma nação, e que todos podem ser beneficiados com a simples produção de uma peça.
Em síntese, é a leitura a formadora de cidadãos plenos, capazes não somente de adquirir, mas também de produzir conhecimento. Conhecimento este que também é poder; poder que caminha pari passu com a sobrevivência (pessoal no nível do indivíduo e coletiva em nível de nação). Conhecimento que leva ao exercício da cidadania. Cidadania que deve ser a base de qualquer sociedade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário